Comprar vinhos é sempre uma boa opção para um encontro entre amigos, um jantar a dois ou até mesmo para ser apreciado sozinho. Mas a hora de escolher um vinho pode ser trabalhosa: tipo de uva, safra do vinho, região de produção do vinho e por aí vai. São tantas coisas, não é mesmo?
Tem pessoas que até desistem de comprar vinho sozinhas porque não sabem nem por onde começar. É como se a prateleira cheia de variedade de vinhos fosse um desafio difícil de ser solucionado. Mas não é tão complicado assim. Confira!
O que observar na hora de comprar vinhos?
Casa pessoa tem sua forma de escolher um vinho, alguns preferem pelo país de origem, outros pelas uvas e muitas vezes escolhem simplesmente pelo rótulo.
Todas as informações de um vinho são muito importantes, porém por serem diversificadas podem sim causar um pouco de confusão ou mal entendimento. Por isso, separamos algumas dicas de ouro que vale lembrar ao se deparar com a prateleira de vinhos de uma loja ou supermercado.
De cara com a prateleira de vinhos, e agora?
Para começar a escolher o vinho ideal, o primeiro passo é entender como o estabelecimento comercial organiza as prateleiras com os vinhos. Afinal, hoje em dia, diversas lojas, restaurantes e supermercados destinam um espaço exclusivo para a bebida. E cada um pode organizar as gôndolas de um jeito diferente.
Então, para você não ficar perdido na hora de escolher o melhor vinho, vamos listar algumas das principais maneiras que os estabelecimentos comerciais utilizam para organizar as gôndolas.
É só você chegar à loja, ir para a parte das prateleiras com os vinhos e tentar identificar o tipo de organização que foi adotado.
Com certeza, esse primeiro passo vai facilitar sua vida e te dará uma direção melhor de como começar sua busca pelo vinho ideal.
Em cada parte da gôndola, um país diferente
Você, provavelmente, já reparou que muitos supermercados separam as gôndolas com as bandeirinhas de diferentes países, não é mesmo? Pois é muito comum que os estabelecimentos comerciais organizem os vinhos pela região de origem. Ou seja, separam os espanhóis, os franceses, os brasileiros, os chilenos, os argentinos etc.
Clique nas imagens acima e confiras os vinhas nacinais e internacionais da nossa loja Virtual!
Isso acontece porque cada região dos países possuem um terroir diferente. De maneira simplificada, o terroir é uma palavra francesa, sem tradução, que remete à relação entre o espaço físico, com suas características climáticas e de solo, e as práticas enológicas utilizadas na produção de uvas específicas da região.
Os supermercados e lojas costumam organizar as garrafas por país porque o terroir de cada lugar resulta em uma expressão diferente ao vinho. Essa diferença acontece mesmo quando uma mesma uva é plantada em diferentes regiões.
Um tipo de uva por prateleira
Outra maneira de organizar a disposição dos vinhos em um estabelecimento comercial é pelo tipo de uva com a qual ele foi produzido. Essa não é a forma mais usual, mas acaba facilitando para os clientes que já têm sua uva preferida.
Claro que conhecer os principais tipos de uva também pode facilitar nessa hora. Por isso, vamos citar rapidinho 10 das mais comuns nas gôndolas de estabelecimentos comerciais:
TINTOS
- Cabernet Sauvignon: costumam ser mais encorpados e discretamente tânicos.
- Merlot: uma uva macia e com notas de ameixa, mais carnuda que a Cabernet Sauvignon, é uma uva conhecida mundialmente pelo paladar aveludado.
- Malbec: os vinhos provenientes dessa uva costumam ser bastante aromáticos e um leve sabor de especiarias. Normalmente são produzidos na Argentina
- Carménère: uvas bem escuras que produzem vinhos muito encorpados, frutados, com taninos marcantes e levemente apimentados.
- Pinot Noir: tipo delicado de uva que dá um tom suave e sofisticado aos vinhos tintos.
- Syrah: uva estruturada com sabor levemente frutado, cor intensa e aromas de especiarias e defumado.
- Tannat: presente em vinhos tintos, bastante encorpados e com o tanino fortemente presente, o que faz com que esses vinhos fiquem melhores com o tempo de envelhecimento.
- Tempranillo: uva escura que produz vinhos de corpo médio, de aroma de especiarias e ervas e sabor frutado, normalmente vindos da Espanha.
BRANCOS
- Chardonnay: a uva branca mais conhecida do mundo, resulta e vinhos elegantes, frutados, normalmente com aroma e sabor de frutas tropicais.
- Sauvignon Blanc: de mineralidade expressiva, apresentam boa acidez e sabor levemente herbáceo.
- Riesling: aromática e delicada, é uma uva de grande expressão mas que raramente estagia em carvalho.
- Gewurztraminer: de ampla profundidade aromática, seu sabor é inigualável, uma uva rose que resulta em vinhos branco elegantes e inebriantes.
Já os vinhos rosés não costumam ter uma categoria, pois não tem um volume muito expressivo. Além disso, dificilmente serão encontrados em uma única uva, já que, normalmente, são assemblagens, ou seja, uma mistura de mais de um tipo de uva. Mas essa forma de produção também não é uma regra.
A organização pelo ano de produção
A famosa safra do vinho também diz muito da qualidade da bebida. Por isso, é possível que alguns estabelecimentos comerciais optem por organizar as gôndolas de acordo com o ano de produção do vinho. A tendência é que os mais caros sejam os vinhos mais envelhecidos. Porém, como já falamos, há algumas exceções.
Esse é um tipo de organização menos usual, até porque a grande maioria dos vinhos comercializados em lojas especializadas e supermercados é mais jovem, produzida em torno de um a quatro anos antes.
Além disso, vinhos muito envelhecidos precisam de mais cuidado, como adegas climatizadas para envelhecer.
Como escolher o vinho?
Bom, o primeiro passo ao entrar em um estabelecimento comercial para escolher um vinho você já sabe: identificar como o local organiza as bebidas. Mas, depois disso, ainda há um grande trabalho pela frente até identificar um bom vinho e não errar na escolha!
Há alguns aspectos importantes que você deve levar em conta na hora que se deparar com a prateleira cheia de vinhos. Vamos a eles!
Região de origem do vinho
Cada região possui um clima e um tipo de solo diferente e, por isso, produz vinhos diferentes de determinada uva. No caso das uvas Malbec, por exemplo, os argentinos são os produtores mais conhecidos. Já o Chile é um dos principais produtores de vinhos com a uva Caménère.
Para facilitar, vamos falar agora, as melhores uvas dos principais países produtores de vinhos:
- Argentina: como já falamos, dificilmente um Malbec argentino irá decepcionar. Mas nossos vizinhos também produzem bons vinhos com as uvas Cabernet Sauvignon, Syrah e Bonarda.
- Chile: os vinhos chilenos produzidos com as uvas Caménère são conhecidos como os melhores do mundo. Além delas, os produtores chilenos fabricam bons vinhos com as uvas Cabernet Sauvignon e Syrah. A uva branca Sauvignon Blanc também tem se adaptado bem às terras chilenas.
- Uruguai: a uva Tannat adaptou-se muito bem ao clima uruguaio e passou a ser o tipo de uva mais utilizado para a produção de vinhos no país. Além delas, o Uruguai produz bons vinhos com as uvas Chardonnay e Syrah.
- Brasil: as terras brasileiras foram bem-sucedidas para o cultivo das uvas. Já o sul tem produzido excelentes vinhos com as uvas Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Merlot. Além dos espumantes elaborados com Chardonnay e Pinot Noir.
- França: os terroirs franceses produzem vinhos apreciados pelo mundo todo. É o caso dos rótulos produzidos com as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc. Já na região da Borgonha, o forte são as uvas Chardonnay e Pinot Noir.
- Itália: dona da maior diversidade de vinhos, escolher um vinho italiano não é tão simples. É preciso saber um pouco de geografia, mas a dica é: ao noroeste – Piemonte, Alba, Asti – são mais conhecidos pela uva Nebbiolo e Barbera. É do Piemonte que vem os famosos Barolos e Barbarescos. Se o nome da uva estiver junto com o da região, significa que é de um cultivo muito meticuloso e controlado. Os Chiantis, feitos entre Florença e Viena também são uma escolha elegante que agrada a muitos paladares. Montalcino na Toscana por sua vez é a terra dos Brunellos, que historicamente é conhecido como o vinho dos heróis, um notável exemplar italiano.
- Espanha: a maior parte das uvas plantadas na Espanha é branca, como as Verdejo, Viura e Sauvignon Blanc. Mas os vinhos espanhóis mais conhecidos e adorados são os tintos. O destaque vai para a uva Tempranillo, muito cultivada no centro e no norte da Espanha.
- Portugal: Portugal é conhecido como o país de uvas autóctones, ou seja, uvas próprias da região. Isso faz com que os vinhos portugueses sejam únicos. As uvas mais tradicionais são Albariño, Baga, Touriga Nacional e Tinta Roriz.
As regiões mais conhecidas como produtoras de vinhos geralmente possuem um órgão que fiscaliza a produção. Tal órgão exige o cumprimento de regras bastante rígidas e os produtores que as seguem têm o direito de estampar a informação no rótulo. É uma espécie de selo de qualidade do produto, que também é comum em queijos — ótimos companheiros dos vinhos!
Respeitar as regras dos órgãos regionais fiscalizadores também é um indicativo de que o vinho pode ser de boa qualidade. Existem diversas siglas, que variam muito. Confira alguns exemplos dessas siglas que podem ser observadas no rótulo das garrafas.
- Denominación de Origen (D.O.): Espanha.
- Appellation d’Origine Contrôlée (A.O.C): França.
- Vins d’Appellation d’Origine Contrôlée (AOC): França
- Denominação de Origem Controlada (D.O.C.): países de língua portuguesa.
- Denominação de Origem Controlada e Garantida (D.O.C..G): também em países de língua portuguesa.
- Denominazione di Origine Controllata (D.O.C.): Itália.
- Indicazione Geografica Tipica (IGT): Itália
- Wine of Origin (W.O.): África do Sul.
- Geographical Units (GU): África do Sul
- Vinho de Qualidade Produzido em Região Demarcada (VQPRD): União Europeia
- American Viticultural Areas (AVA): Estados Unidos
- Geographic Indications (G.I): Austrália
- Procedência (IP): Argentina
- Indicação Geográfica (IG): Argentina
- Dominação de Origem Controlada (D.O.C): Argentina
São muitas siglas, mas pode ter certeza que os vinhos que as carregam no rótulo são produzidos com um rígido controle de qualidade. Além disso, você não precisa decorar uma por uma — até porque são várias, que vão muito além das que citamos. Basta checar no rótulo se existe algum indicativo de controle na produção.
Custo-benefício
Saber reconhecer o custo-benefício de um vinho também é uma importante habilidade na hora de escolher a bebida. Por isso, você não pode cair naquela ideia de que os vinhos caros são os melhores.
Esse é um mito que já pegou muita gente. O mais comum é que vinhos caros sejam de produtores renomados no mercado, que já ganharam prêmios e investiram bem em campanhas de divulgação.
Então, há vários produtores que ainda não conquistaram uma reputação renomada, mas que estão produzindo bons vinhos e com um custo mais baixo do que aqueles já reconhecidos.
Outro ponto é observar que vinícolas já conhecidas, muitas vezes, separam uvas premium para seus vinhos mais caros e, com o restante, produzem outros vinhos. Porém, como a técnica de produção do vinho é boa, mesmo essas outras bebidas podem ser excelentes opções.
Apesar disso, é claro que você pode desconfiar de vinhos muito baratos. Todo o processo de produção do cultivo da uva até o engarrafamento da bebida requer muito cuidado e não tem como tudo isso ser feito com custos muito baixos.
O que acontece também é que os bons vinhos foram produzidos de maneira cuidadosa, com um investimento alto na vinícola. Isso inclui contratar bons enólogos, selecionar bem as uvas e armazenar em locais adequados. Tudo isso encarece a produção e o preço é repassado ao consumidor final.
A garrafa e o local onde ela está
Não adianta nada ter certeza que está comprando um vinho de qualidade, se o armazenamento dele no estabelecimento comercial não for adequado. Por isso, vale muito observar alguns aspectos da garrafa, é importante notar para não cair em uma furada:
- Nível da bebida: se tiver um espaço muito grande entre a rolha e o líquido, pode ser um sinal de vazamento.
- Coloração do vinho: coloque a garrafa contra a luz para tentar observar a cor do líquido. Se o vinho branco estiver muito amarelado e o tinto com uma cor acastanhada, pode ser que tenham oxidado.
- Garrafas deitadas: se for possível, dê preferência para as garrafas de vinho que estiverem deitadas. Quando líquido entra em contato com a rolha, evita que ela resseque. Uma rolha ressecada pode deixar pedaços dentro do vinho, ao abrir a garrafa. Porém se for escolher um espumante, escolha os que ficam em pé.
- Rolha: o estado de conservação da rolha do vinho também é importante. A cortiça não pode estar alterada, salteada. A superfície da rolha também não pode estar acima do bico da garrafa.
Ocasião e tipo de refeição
Ao escolher um vinho em um estabelecimento comercial, você também deve levar em conta por qual motivo está comprando a bebida. Onde o vinho será degustado? Qual refeição ele irá acompanhar e com quem você irá apreciar?
Em dias mais quentes, por exemplo, vinhos mais leves são a melhor pedida. Para os dias mais frios, fique com aqueles mais encorpados.
Em relação aos pratos, para não errar na harmonização, siga a regra básica:
- Vinhos tintos são versáteis e combinam perfeitamente com carnes vermelhas.
- Vinhos brancos, sempre são uma boa pedida para acompanhar carnes brancas sem molhos muito fortes, como peixes e frutos do mar, que exigem vinhos refrescantes e elegantes.
- Vinhos Rosés, mais tradicionais no verão, são ótimos acompanhamentos para carnes magras, como as grelhadas e assadas sem gordura.
- Vinhos mais doces combinam com alimentos também mais doces ou com queijos azuis.
- Espumantes são muito versáteis, harmonizam bem com pratos variados devido a sua excelente acidez. Combinam com grelhados, risotos e massas. Possibilitam uma harmonização perfeita quando servidos com aperitivos, como queijos de massa branca.